Autor: Gleen Beck
Editora: Novo Conceito
Noah Gardner é um executivo de relações-públicas inteligente, bonito e protegido dos problemas do mundo graças à riqueza e ao poder do pai. Mas tudo isso muda quando ele conhece Molly Ross, uma jovem bela e engajada em ideais políticos, que é consumida por saber que os Estados Unidos que conhecemos estão em vias de se perder para sempre. Ela e seu grupo de patriotas juraram relembrar o passado e lutar pelo futuro - mas Noah, convencido de que são apenas um bando de conspiradores equivocados, não está interessado em emprestar seus consideráveis talentos à causa deles. Quando Molly convida Noah, em uma sexta-feira à noite, para um encontro com as organizações de 'resistência', que por um momento, ele acredita que vai atingir seus objetivos, porém, na verdade, o encontro torna-se o ponto de partida para revelações que mudariam toda a concepção de sua vida e de seu país.
A Janela de Overton é um livro que mistura ficção e realidade.
A ficção fica por conta da história de Noah, um empresário das relações públicas e a sua relação entre Molly, uma ativista da 'resistência' e Arthur, seu pai e dono da empresa onde trabalha.
A parte da realidade é difícil citar, afinal lendo o livro não dá pra saber exatamente quais fatos são reais e quais são fictícios.
A Janela de Overton é um livro que nos faz pensar. A grande questão do livro é: E se? No meio de várias teorias de conspiração e de vários 'se', ele nos faz questionar várias situações.
O livro tem um forte apelo politico, trazendo a tona vários episódios da politica e história dos Estados Unidos. Ato patriota, New deal, e até a constituição americana são citados no livro. Essas partes são todas explicadas em notas de rodapé, então não é confuso.
" - Isso se chama Janela de Overton. Meu pai roubou o conceito de uma 'usina de ideias' do Meio Oeste; é uma maneira de descrever o que a opinião pública está disposta a aceitar em um determinado momento em relação a uma questão qualquer, para que se decida qual é a melhor maneira de manipulá-la a aceitar o que se quer." Pág. 182
Ou seja, A janeae de overton é pegar uma ideia que normalmente não seria aceita pela opinião pública e promove-la de forma que as pessoas a considerem como a opção correta. Mais ou menos como a moda, por exemplo. Determinada coisa que você não usaria normalmente é promovida pela midia e de repente todo mundo está usando. Mais ou menos isso. Só que no caso do livro esse conceito é aplicado mais no lado politico.
O livro é recheado de teorias de conspiração, mas a história é contada usando como base a vida dos personagens. Então tem muito mistério, suspense e romance, o que tira toda a carga pesada do livro. É narrado em terceira pessoa, o que nos permite ver todos os lados da história, já que cada personagem tem um ideal diferente.
A Janela de Overton nos instiga a pensar , questionar, rever conceitos e até analisar alguns fatos que normalmente não prestamos muita atenção. Inclusive, lendo o livro, você se questiona se o autor está usando o conceito de janela de overton pra nos fazer acreditar nas coisas que ele quer que acreditemos.
"E a pergunta seguinte que vocês tem de fazer é: 'No que eles estão tentando nos transformar?'. Em um país melhor, mais forte, mais livre? Ou em um lugar repleto de gente cada vez mais fácil de controlar, fácil de subjugar?"
No posfácio, o autor traz uma lista do que realmente é fato real, bem como alguns endereços para quem desejar fazer uma pesquisa mais completa.
Apesar dos fatos estarem relacionados com os EUA, dá pra encaixar algumas teorias com a nossa realidade e ponderar sobre várias situações que acontecem.
É um livro pra se ler com a mente aberta. Não da pra ler e sair achando que tudo ao redor é uma conspiração, mas também não dá pra ler e não acreditar que várias coisas realmente acontecem. E aí que volta a grande questão: E se?
É um livro intrigante e instigante, que me surpreendeu positivamente e me fez pensar criticamente sobre vários assuntos.
Não acredite em tudo. A verdade está além da janela.